Paisagens urbanas e suas redes de significação espacial

Autor: Pires, Cláudia Luísa Zeferino
Ano: 2011-Atual
Instituição: UFRGS
Área: Ciências Exatas e da Terra
Tipo: Projeto de Pesquisa
Resumo: Este trabalho tem por objetivo a análise de diferentes paisagens do bairro Restinga, através das políticas de planejamento e gestão territorial proposta pela macrozona de planejamento urbano do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre (PDDUA) ? eixo Restinga-Lomba do Pinheiro – , além de uma leitura hermenêutica das paisagens como perspectiva teórico-metodológica segundo a interação de dimensões objetivas (materialização de formas) e subjetivas (relação do sujeito com o mundo).

Ensino, Geografia e Ambiências na Paisagem

Autor: Soares, Ben-hur Jose Silveira
Ano: 2014
Instituição: UFRGS
Área: Ciências Exatas e da Terra
Tipo: Resumo publicado em evento
Resumo: Este projeto tem como principal orientação a relação entre sujeitos sociais com seu espaço. O espaço é compreendido como o lugar onde se dá as formas de vivência, as ambiências; e a constituição da identidade entre as pessoas. Entende-se, assim, que a identidade está intimamente ligada à percepção material e imaterial do espaço vivido, realização pelo cotidiano que sustenta a existência e os projetos de vida. Sobre o tripé – ensino, pesquisa e extensão – desenvolveu-se atividades com alunos, professores da Escola Municipal Larry José Ribeiro Alves e moradores do bairro Restinga que fortaleçam o pertencimento ao espaço escolar e de morada, sentimento multiplicador na construção da cidadania e da autonomia. Essas ações visaram a desconstrução de preconceitos criados e estereotipados na realidade do bairro. Para o desenvolvimento desta intencionalidade, a história do bairro e algumas trajetórias de vidas foram consideradas como ponto de partida. Através de narrativas, moradores antigos e jovens problematizaram transformações sócio-espaciais e culturais desde seu processo de instalação e ocupação na década de 1970. A narrativa foi marcada numa imagem de satélite, cujos marcadores passam a representar cartograficamente o mundo vivido. Além de contar suas memórias vividas com outras pessoas e com a Restinga, nossos narradores grafaram, numa imagem de satélite obtida pelo Google Earth do bairro, os lugares mais importantes vividos no espaço. Cada lugar, memória grafada no espaço representa um pontinho na história de vida e na geografia do bairro. Espaço-tempo indissociável na compreensão e leitura das espacialidades. Outra ação foi a prática muralista onde ressaltamos a importância neste processo, o seu caráter de construção coletiva, de apropriação e de transformação do espaço a partir de seu pertencimento, e também a autonomia desenvolvida na prática em exercício da técnica e sua aprendizagem entre a troca de saberes e em seu descobrimento em atuação. Como resultado também foi elaborado um livro conto infantil co-participativo chamado “Desvendando a Tinga: o mistério das caixas” junto ao Mural na escola. Estes processos artísticos e lúdicos materializaram os resultados de pesquisas e estudos efetuados entre o bairro, a escola e universidade. Identificamos a importância do processo de comunicação entre o que está sendo possibilitado com a pesquisa e as possibilidades de popularização dessas ações junto a comunidade. Pensando na função social da ciência, destacamos as práticas voltadas para geração de ambiências que podem possibilitar em intervenções sócio-espaciais.

Decodificando paisagens na periferia urbana: um olhar sobre o bairro Restinga em Porto Alegre/RS

Autor: Vieira, Daniele Machado
Ano: 2012
Instituição: UFRGS
Área: Ciências Exatas e da Terra
Tipo: Resumo publicado em evento
Resumo: Em sua concepção tradicional a paisagem era entendida como tudo aquilo que está ao alcance dos olhos; o que o observador pode captar através do contato com o objeto. Atualmente, a paisagem abarca não somente o que está disponível a um primeiro olhar, mas também a percepção decorrente desta apreensão. Ao longo do tempo diferentes marcas vão sendo impressas no território moldando a paisagem. Assim, este artigo insere-se no contexto da pesquisa sobre paisagens e ambiências na periferia urbana, o qual articula ensino e pesquisa tendo como recorte espacial o bairro Restinga localizado na periferia de Porto Alegre/RS. Constituído em meio a um processo de higienização física e moral do centro da cidade, este bairro originou-se da remoção de diversas vilas de malocas entre o final da década de 1960 e início dos anos 1970. A área destinada a “abrigar” a população removida não contava com nenhum tipo de infraestrutura, estando distante cerca de 26 km do centro da cidade, além de possuir características predominantemente rurais. Este processo contribuiu para a desconexão do bairro com a cidade, reforçando a fragmentação territorial, a qual serviu para aprofundar a carência material já existente. O intuito da pesquisa é verificar como os moradores percebem a paisagem do bairro e como eles se percebem nesta paisagem. Neste sentido Augustin Berque (1998, p. 84 – 85) pontua que a paisagem é tanto marca quanto matriz, visto que ao mesmo tempo em que serve de ponto de partida para as impressões do observador ela também as influencia. Na etapa atual, pretende-se, através do resgate da paisagem concebida e percebida realizar leituras sobre o simbolismo expresso nas paisagens, contribuindo para outro olhar sobre a realidade espacial do bairro Restinga. Com base no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre – PDDUA (2000) serão analisadas as paisagens planejadas pelo poder público municipal. Nesta lógica o entendimento das transformações da paisagem colabora para a compreensão do espaço no qual o morador está inserido, pondo a descoberto quais são os interesses e os atores envolvidos na produção do espaço urbano.