| Resumo: O projeto busca identificar representações culturais do bairro Restinga, em Porto Alegre, para contribuir cientificamente com a tematização do artesanato local. Trata-se, metodologicamente, de uma investigação de campo de cunho qualitativo e quantitativo e possui duas fases: a primeira é o desenvolvimento de oficinas com alunos do Curso Técnico em Guia de Turismo, que possuem um olhar turístico desenvolvido a respeito do bairro. A segunda (fase atual), constitui-se da análise dos resultados das oficinas, elaboração de um instrumento de pesquisa de opinião e, o trabalho de campo no bairro para coleta da percepção dos moradores através de votação. Entendemos que desenvolver formas para mexer com o imaginário de cada um, no interesse de formar um imaginário coletivo, é uma maneira de integrar escola e comunidade do bairro, na apresentação de aspectos positivos deste território. Se a mídia dominante de Porto Alegre, historicamente, construiu um imaginário deste bairro vinculado à violência, é fundamental uma releitura, verificando transformações que ocorreram e que aos poucos vão fortalecendo a identidade cultural e as construções coletivas positivas deste local. A Restinga tem seu histórico de formação de território caracterizada pela exclusão e falta de oportunidades. No entanto, possui traços culturais fortes, representados por diferentes formas de expressão. Hall (1999) afirma que a sociedade vive uma crise de identidade, resultante das transformações que reinventam as identidades. Enquanto a globalização envolve o todo e desfaz fronteiras, está ocorrendo uma reconstrução de características particulares, principalmente no que diz respeito à cultura, o que autores denominam como um processo de glocalização (CASTELLS, 1999). Assim, a ênfase proporcionada aos aspectos locais faz com que uma comunidade valorize a própria cultura, ao invés de incorporar uma cultura externa. Retratar este imaginário através do artesanato é uma das formas de fortalecimento do local perante o global. |