Provérbios: a voz rompendo a clausura do corpo

Autor: Santos, Cristina Mielczarski dosAno: 2008Instituição: PUCRSÁrea: Linguística, Letras e ArtesTipo: Resumo publicado em eventoResumo: A perspectiva deste trabalho atende ao projeto Corpo e Voz em Performance nas narrativas orais urbanas e tem sua pesquisa de campo realizada no bairro Restinga em Porto Alegre. A proposta elaborada vai ao encontro da idéia de que a voz, segundo Paul Zumthor, “é o lugar simbólico por excelência; mas um lugar que não pode ser definido de outra forma que por uma relação, uma distância, uma articulação entre sujeito e o objeto, entre o objeto e o outro”. A partir de tal relação, pode-se afirmar que ouvir é um exercício de atenção mútua no qual se concede espaço para a voz alheia expressar-se e atravessar “o limite do corpo sem rompê-lo”, pois a voz “significa o lugar do sujeito que não se reduz à localização pessoal”. Referente à idéia desse autor, de certo modo isso é o que ocorre quando presenciamos esses momentos performáticos atravessados pela oralidade. De acordo com essa noção, o objetivo desse estudo é analisar como são empregadas as formas proverbiais, que geralmente são consideradas sentenças de caráter prático e popular por expressarem, de forma concisa e não raramente figurativa, uma idéia ou pensamento. Transpostas para o plano das narrativas orais, as suas ocorrências confirmam a interação “sujeito e objeto”, visto que alguns provérbios se mantêm através da passagem do tempo, enquanto que outros são inventados e utilizados de maneira a refletirem a vida social do ambiente comunitário numa linguagem muito particular. Assim, esse trabalho está sendo desenvolvido mediante a escuta das histórias que são narradas no bairro em questão, onde se entrelaçam a memória individual e a memória da comunidade.

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