Freguência de incapacidade funcional em idosos residentes nos Distritos Sanitários da Restinga e do Extremo-sul da Cidade de Porto Alegre

Autor: Pereira, Gustavo Nunes
Ano: 2011
Instituição: UFRGS
Área: Interdisciplinar
Tipo: Dissertação
Resumo: OBJETIVO : Observar a frequência de incapacidade funcional dos idosos moradores da área de abrangência do projeto: Diagnóstico de comunidade dos Distritos Sanitários da Restinga e do Extremo-Sul e sua associação com os fatores socioeconômicos e demográficos observados.MÉTODOS : Estudo com delineamento transversal de base populacional, incluindo 638 idosos com idade igual ou superior a 60 anos. Para a avaliação das atividades básicas e instrumentais da vida diária foram empregados o Índice de Katz e a Escala de Lawton, respectivamente. Definiu-se como incapacidade funcional para cada domínio a necessidade de ajuda em, no mínimo, uma atividade avaliada. As variáveis demográficas foram: idade, sexo e número de moradores que residem na casa do idoso. As variáveis socioeconômicas analisadas foram: escolaridade, situação conjugal, nível socioeconômico e presença de cuidador. As médias de idade e número de moradores foram comparadas entre os dois níveis de incapacidade funcional e testadas pelo T de Student. Tabelas de distribuição foram construídas cruzando incapacidade funcional e variáveis não numéricas, sendo testadas pelo Qui-Quadrado. A chance de apresentar incapacidade funcional foi medida pela regressão logística e expressa em razão de chance IC = 95%.RESULTADOS : Observamos uma prevalência de incapacidade funcional de 15,7% para atividades básicas e 26,2% para atividades instrumentais. Mulheres apresentaram uma frequência significativamente maior de incapacidade para atividades básicas, enquanto idade avançada e ser viúvo(a) foram significativamente maiores tanto para atividades básicas quanto para instrumentais. As chances de apresentar incapacidade funcional para atividades básicas foram menores em idosos com baixo nível socioeconômico (p=0,03) e maiores com o avançar da idade (p<0,005). Já as atividades instrumentais apresentaram maior número de variáveis significativas no modelo final de regressão logística, tendo o mesmo padrão que as atividades básicas para nível socioeconômico (p=0,01) e faixa etária (p=0,001). Na comparação com os idosos que nunca estudaram, todos os outros níveis de escolaridade foram significativamente protetores (p<0,001). O estado civil casado foi protetor na comparação com os outros níveis da variável (p<0,001).CONCLUSÃO : A frequência de incapacidade funcional encontrada não foi maior do que a descrita na literatura brasileira, mas encontramos uma importante associação com níveis socioeconômicos e faixa etária para ambos os desfechos e com escolaridade e estado civil para as atividades instrumentais. Os serviços de atenção primária devem estar atentos às características socioeconômicas e demográficas associadas à incapacidade funcional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *